Foi-nos pedido a execução de um projeto com a transformação de uma obra para uma das vanguardas do século XX. Deste modo, com uma seleção à escolha de 5 ou 6 obras e com as características do expressionismo, o meu trabalho consiste na execução da obra «A morte de Marat» seguindo o modelo deste vanguarda.
Contudo, devido à pesquisa efetuada e ao tamanho desta mesma, vou optar por publicar as características expressionistas numa outra publicação e dar a conhecer um pouco da obra escolhida nesta mesma.
Posto a escolha do tema, a docente da disciplina sugeriu uma pesquisa elaborada sobre cada obra para facilitar e optar por uma ideia mais fidedigna e representativa do tema e das razões que levaram para a execução da obra em proposta.
Jacques-Louis David, pintor que, após uma prolongada estadia em Roma, estabeleceu fortes ligações com os líderes políticos da Revolução Francesa, permitindo-lhe assumir um papel de relevo na produção artística de França.
Com efeito, «A morte de Marat», 1793, óleo sobre tela, tem como base a representação de um dos momentos emblemáticos desta mesma revolução, o assassinato de um dos seus chefes políticos, pondo em evidência as divergências e os conflitos internos em torno deste processo.
Jean-Paul Marat, amigo pessoal de David, tinha uma doença na pele, especificamente dolorosa, que o obrigava a permanecer dentro de uma banheira enquanto trabalhava, maioritariamente durante o dia. Charlotte Corday, com o pretexto de lhe entregar uma carta, assassina-o com uma faca espetada no peito.
Neste contexto, para David, esta obra é concebida como um monumento para um homem, que foi ao mesmo tempo um herói, mártir e amigo. Com uma forte emotividade, esta obra deve também ser entendida como documento e testemunho da ação. Todos os objetos representados na tela têm uma função concreta, não optando por executar detalhes sem utilidade.
Assim, todos os objetos ( banheira, faca, carta, sangue, pena ) ajudam na compreensão e identificação da ação. Com a acentuação de contraste entre um fundo escuro liso e o tratamento expressivo da luz e da cor, nota-se a inspiração da temática religiosa de artistas barrocos como Caravaggio, Pietro da Cortona, Ribera e Zurbarán, pelos quais o artista desta obra tinha uma grande admiração.
É igualmente importante referir a utilização de cores frias e, pontualmente, escuras, que permitem realçar alguns pormenores da figura humana com manchas subtis de vermelho, que realçam, por sua vez, a caixa de madeira onde David retratou a sua dedicatória.
Esta obra encontra-se atualmente exposta no
Musée Royal des Beaux-Arts, em Bruxelas.
Abaixo encontra-se uma imagem desta pintura.
Rodrogas